Saturday, November 13, 2010

Friday, November 5, 2010

Memento mori

Escuto vozes que gritam da sombra
Ninguém mais me olha com respeito
O vida virou-me as costas
Os raios de sol já não mais me fazem cerrar os olhos

Poderei agora questionar o sentido desta vida
Enquanto aguardo na fila pela minha vez
Aqui de olhar preso ao chão
Ao compasso das gotas de água que caem no deserto

A lutar por verdades que sabemos ser mentira
Heroi de guerra por causa alheia
Hoje já não mais vejo o futuro como ontem
As certezas já não são mais as mesmas

Sinto que estou a chegar a algum lado, mas não aqui
Vou ficar aqui a espera
De algo que esteja em rota de colisão
De alguém, que me venda uma nova alma

Efémera é a espera a que chamamos vida
Para quê insistir em dar ordem
Ao que é já de si azul
E não sei onde começa ou acaba
Luto por tentar advinhar os teus sonhos
Enquanto ao mesmo tempo
Defendo a minha lista de expectativas
Depois de tanto tempo á procura
As cicatrizes dão nome á minha carne

O que me mantém vivo é sentir
Que estou sempre a um passo de ti
Por muito que tente te esquecer

Saturday, October 30, 2010

Thursday, October 28, 2010

"Se não receio o erro é porque estou sempre disposto a corrigi-lo"

Um dia alguém disse: "O amor é a preocupação activa pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta essa preocupação activa não há amor. O amor é uma actividade, e não um afecto passivo.", julgava eu ser pragmático... mas sou só eu ou isto é capaz de dar muito trabalho ou até mesmo aleijar?...

"...So the world you live is one gigantic myth, they tell you that there's such thing as love. When two people meet they are extensionals to one another, that meaning they render services, they help each other understand things, that's build a relationship, and in a real good relationship both people reinforce or educate one another and then they learn to enjoy the presence of one another.
But what happens to love when the people split up?
Bingo it's hate!
So there's really no love as rule, guys goes for girls because they're pretty, guys goes for girls because sometimes they have nice body and sometimes sexual needs but actually they have more in common with men women have more in common with women, however in a relationship when you put men and women together in a building, the guys go to the girls and girls go to the guys, but if they have been married for 10 years and you bring people together the guys go to the guys, the girls go to the girls because they have more in common."

"...Love is a vacant word, you and most people have done things that they sorry for or they have done things that you tought that was insufficient, all of us! So sometimes you love yourself sometimes you don't, sometimes you hate yourself, so if you marry somebody sometimes you love her very much, sometime a little less, sometimes you disappoint her... so love is not a fix thing it's a fluctuates situation. If you marry a girl that as 7 qualities that you like, if after 5 years you find another girl that have 27 qualities that you like you can't help but feel for that person..."

"...in the future people will not use the word love, they will use the word extensionality I associate with a person because they enhance my life and make my life easier, we have lot in common, we understand each other in many different areas and as time goes by, we increase and improve our relationship. That's what love will really becomes, today is just a word like religion is a verbal hobby. One day someone ask me what do you think about christianity? I think that is a great idea why they don't put in practice?..."

"...love is what you do to extend another person mind or life, (...) extensionality is a person that can extend your ability to understand the world..."
by Jacque Fresco

Saturday, October 23, 2010

Monday, September 27, 2010

Wednesday, September 22, 2010

Reticetando...

É me particularmente intrínseco e familiar a falta de talento para ser feliz. No meio natural, que é para mim sentimentos como a insatisfação continuada a frustação que diáriamente reformula o meu ácido desoxirribonucleico, enfim este gosto por chafurdar na melancolia.
Reforça esta condição, o facto de sentir tudo distante, de ser pouco provável que possa tocar e experimentar, talvez se resuma definivamente á insensibilidade e indiferença aquilo em que acenta a observação anterior...
Sinto sim, que a possibilidade de vir a ser feliz parece mais difícil, mas como irei reconhecer algo que nunca vi? Tal facto, conduz-me a conclusão que também não sei o que é não ser.
Contudo, há algo na felicidade que me parece familiar, a possibilidade de a ter encontratado ou pelo menos me ter cruzado com esta, mas quando olhei para trás já lá mais não estava... Que mecanismo físico, químico, combinado, relativo a Deus, que compõe a minha memória e ignora ou tem vergonha de recordar que fui feliz...
Já agora, e por falar em coisas que me são familiares, acresce a isto tudo o facto de usar de forma abusiva, irresponsável e continuada da perífrase, que cobardemente e com receio de enfrentar a realidade, recorro ao eufemismo, mas que na sua essência se resume a um bom, mais puro, real e cruel disfemismo. CALA-TE!!!


"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Cora Coralina

Saturday, May 29, 2010

most people were...

we knew the world would not be the same
A few people laughed,
a few people cried,
most people were silent...
I remembered the line from
a hindu scripture, the Bhagavad-Gita
Vishnu
is trying to persuade the prince that
he should do his duty
and
to impress him
takes on his multi-armed form
and says,
"Now, I am become death,
the destroyer of worlds"
I supposed we all thought that
one way or another

by Robert Oppenheimer

Saturday, March 21, 2009

I thought I knew it all

«Os afinadores de piano não afinam; desafinam de uma maneira controlada»

Wednesday, October 22, 2008

Use Somebody

I need you so much closer

Para me desafiares deves ser forte
Sempre que acordo, as minhas memórias de ti ficam mais fortes
Tento voltar acordar...
Sinto cada vez mais forte a tentação de voltar a cair
Com a certeza de que existo para me quebrar
E na dúvida se ainda resta algo mais para partir
É cada vez mais a distância a que me encontro de ti
e o tempo que não passa
Perco-me no meio de ruídos feios e luz que não aquece
Toca-me
Leva-me para outro lugar
Só quero que saibas quem sou
Por vezes, ainda fico indeciso se á escuridão me devo entregar
ou nunca mais desejar
Quero-te muito mais perto de mim
Nunca irei perceber o que dizes se não fixas os teus olhos nos meus
e não deixas para trás todos os teus medos
As tuas palavras conseguem fazer com que sinta frio
e fique rodeado pelo silêncio,
ouço a voz que grita que um passo ao lado faz com que perca tudo
Esforço-me para ser mal entendido
Mas nunca foi tão fácil sentir o teu sorriso

Saturday, September 13, 2008

Tuesday, August 19, 2008

Pássaro negro

Sem arrependimento
Não me digas que estou novamente atrasado
A não conseguir olhar realmente para ti
Desenhar uma linha
Começar ou acabar

Quando será que vou começar a viver
Não tenho certeza de como se faz

Preso á promessa de um rosto
Por vezes pareces não entender o que digo ou faço
Todas estas coisas me afastam de ti
E acabo por dizer o contrário do que quero

Sinto-me tão só
Não me deixes adormecer aqui
Frio, onde não consigo respirar
Onde tudo está envolto em cinzas

Passo o tempo desesperadamente a...
Correr para ti sem nunca te alcançar
Eu não quero esquecer o que me lembras
Não quero ficar preso a este sentimento de arrependimento

Liberta-me!

Monday, August 11, 2008

Tuesday, December 25, 2007

Monday, December 24, 2007

This side up

Resta-me, por fim, expôr a minha única certeza pelo meio de exercícios de egoísmo e dizer que a única coisa em que acredito é a Palavra. E ninguém consegue fazer o correcto uso desta.
Irá existir sempre Guerra, Morte, a luta entre aquilo que realmente somos e o que parecemos. Será isto a Verdade?
A verdade! O objectivo final seria que esta não implica-se contradição, a realidade, o carácter próprio, a representação do fiel. O exercício baseia-se em estarmos constantemente a fazer a tradução de um juízo de nós próprios que nao é o real... a própria natureza da Natureza assim o dita. Mas acredito que todos nós somos melhores do que aquilo que parecemos. Ingénuo? Também...
Quando um eco nos atinge e a origem está num corpo estranho, que não o nosso, o outro lado, algo que até ali temíamos que pudesse existir, mas não queremos acreditar. Somos transportados para o "Teatro" O lugar onde se vê, a inconveniente epifania, o derradeiro teste de resistência, o quanto forte somos, aqui voltamos a esbarrar numa outra certeza... só há duas opções: a comédia ou o drama. Amanhã ou talvez daqui a dois minutos, obriga-me a minha Natureza a dizer, e seja lá o que for que transforma o que sou, que a única palavra que faz sentido é, silêncio.

Again

Olhos cegos
Olhos negros
Olhos inúteis
Sinto no rosto as lágrimas frias
Que lentamente deslizam
Que lentamente "dividem profunda e eficazmente
o corpo em dois ou mais bocados por meio de instrumento cortante"
a minha insignificancia
Este infindo sentimento
Nesta efémera existência

Monday, November 26, 2007

Wednesday, October 24, 2007

"I want to play a game..."

Eu não consigo entender
O que se esconde dentro da caixa
Aquilo que agarras nas mãos
Há o suficiente perto e o distante demais
Por favor cala-te
eu não consigo ouvir o silêncio
Sufocado por quem me chama
Pelo que me leva a pecar
Continuo a pagar ao passado
A entregar-me a gestos ocos

Mantenho o meu inferno a salvo
Não consigo perceber as mentiras
E fico preso a conversas sobre meteorologia
É já muito o tempo que passou aqui parado
Nunca sei o que dizer

Tuesday, September 18, 2007

Apocalipse privado

Pergunto-me se as coisas que fiz era suposto serem feitas
Passar o tempo todo com vergonha da minha existência
Procurar uma forma de me redimir
Constantemente acreditar que consegui fechar os olhos
Acordar e ver que este não é o mundo perfeito
Arrastado pela dor
Preso á promessa de outra vida
Deixa pelo menos um suspiro

Friday, August 17, 2007

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Thursday, April 26, 2007

Saturday, April 21, 2007

Tool

Como posso agora entender
Acordo, corro rápido
Enquanto ela me corta as cordas
Enquanto sinto o impacto do meu rosto contra o chão
Enquanto o ar que inspiro gela todo o meu corpo
Vejo que te transformas, vejo que puxas os fios
Como se eu nunca estivesse estado acordado
Como se não estivesse vivo
Desvio o olhar e por momentos tenho a sensação que me estou a mexer
A ingenuidade é o instrumento

Nego a derrota
Mas este sentimento cobarde prevalece

Monday, March 5, 2007

Wednesday, December 27, 2006

Monday, November 20, 2006

Having a problem to sleep

Como de homem maturo e sensato se trata-se, caminho debaixo deste sol enquanto vou respirando a dúvida do passo seguinte. Vou então recolhendo todos os pedaços de vida, como partes de um espelho partido, cicatrizes que recordam o tempo que aspirei e me lembra o que ficou por dizer... A chuva, lá fora, provoca-me uma temporária sensação de alivío enquanto prometo não mais lá voltar. Esvaisse assim, com o silêncio toda a confiança, todo o afecto, de preocupação, etc. Caminhamos assim para o que será um dia a concretização do projecto humano O ser humano. Para ser realmente sincero... eu estou completamente perdido, no meio de não sei o quê! Sei que sou mais um homem, que escolhi o que fazer, mas obstante de toda esta falta de céu, com uma luz brilhante de um lado e um lado obscuro de uma lua do outro, não é fácil esquecer que a morte está por perto. Agora, e sempre haverá muito que ficará por compreender. E porque razões fazemos parte destas guerras alheias? Escolhe uma cor e anda lutar e sempre que quiseres podes deitar-te na erva e rir e rir, rir... Amanhã será um novo dia e verás o homem em que te tornaste e se as nuvens permitirem vais gostar, leva as mãos ao rosto e por momentos esquece que precisas de respirar, de lutar, mas por favor sente quem tu és. Estamos todos aqui para aplaudir, caso contrário não vamos diminuir a tua dor, tudo o que tens que fazer é acreditar que no preciso momento em que afastares as mãos apenas o horizonte será o limite e a gravidade já lá mais não está.
Ainda mais, perturba-me a ideia que chove á um milhão de anos, não é muito mas podia ser pior... Vou esperar por ti, esperar sentir-te nas pontas dos meus dedos, em cada parte dos meus lábios, por todo o meu corpo. Será pecado procurar pela vida? Dizer o que se sente, querer mante-la como refém, não mais a deixar fugir. Pergunto-me, quanto tempo mais falta para isto terminar, para adormecer.

Monday, October 30, 2006

És tu?

Sempre que decido parar
Sempre que o vento é forte
É isto o fim de tudo
E o beijo fica para trás
Fico á espera de me ajoelhar
E todas as coisas,
As coisas preciosas
Olham por mim
É isto real

Liberta-te,
Liberta-te deste laço
Enquanto o silêncio grita
Para saltares de dentro deste buraco
É isto verdade?
Apenas quando adormeço...
És tu verdade?

Thursday, September 7, 2006

Level by The Raconteurs

A face de Marte



Olha nos meus olhos
Olha dentro, porque dentro está
Aquilo que cresce
Que se enraíza, que preenche
Que tudo o resto sufoca

Aqui perdi o horizonte
O sol, as estrelas
Desaparece-mos do mapa
Aqui na mesa dos sonhos, por entre esboços perdidos do criador
Quando acordo percebo que já lá não estou

No sonho, no verão que passou
Objecto celestial que caiu na Terra
A prova da origem, o presente do passado
Da civilização perdida, adormecida
Aqui adormeci a beijar-te a apaixonar-me

No frio, as sombras iram tomar forma
No nada, serei arrastado para a escuridão
À procura da resposta, da solução
Irá a luz colidir com a Terra
Irá O equilíbrio ser ímpar

Então o anjo virá e dirá:
“Eu nunca te quis fazer parar
nunca desejei mudar-te
eras livre de ficar ou partir”

So I'll hide from you















Enquanto os oceanos enchem
Tudo é desperdicío
Tudo passa por mim sem nunca me tocar
Passo o tempo rodeado de silêncio
Rodeado por ti

Enquanto espero por ti, por nascer
Eu vou fazer tremer o chão
Eu vou quebrar o silêncio
Eu vou apagar o sol
Puxar a cortina

De uma certa maneira eu sabia que seria assim
Enquanto o futuro caí-a no passado
Vou perguntando à sorte
Vou perguntando porquê
Vou quebrando o partido

Mas aqui continuo
Procuro o nome disto
Completamente desligado
Preso na última página
Á espera da hora para partir

Aqui sem conseguir distinguir a realidade da ficção
Na esperança de conseguir ler os teus pensamentos
Estou tão cansado
Á muito que perdi a sensação de tempo
O que se passa?

Não é este o caminho
A vida confunde-me tanto que me cega
Sinto que algo me controla
Isto não é modo de vida
E o que eu tinha para dizer?
E o que eu tinha para construir?

Espero por ti, para me dizeres que estou errado
Porquê é que não consigo ver
Porquê?

Thursday, August 3, 2006

Sunday, July 16, 2006

System Failure

SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE SYSTEM FAILURE

Tuesday, March 21, 2006

Sem medo não há esperança


É tão dificil manter-me acordado
Será que há alguma coisa á minha espera
Agora que todas as minhas esperanças se perderam
Este é o tempo
De adormecer e sonhar que acordei
De a Lua dominar
Pergunto-me o que faz o mundo rodar mais devagar
Pergunto-me o que me faz sentir tão revoltado

Isto é o que és
A pessoa por entre
As pessoas são tão más e frias
Afinal de que serve esta existência
Se eu nunca consegui sentir o teu sorriso

Valerá a pena tentar
Valerá a pena estender a mão
Passamos o tempo a fugir do amor
A saber que nunca mais irá voltar
Abraçando o vazio para dentro de nós

Apenas nos resta o que vemos
As cicatrizes do passado que teimam em não fechar
O espaço entre nós
As oportunidades que cuspimos
Os muros que criamos

Aqui onde todos falam ao mesmo tempo
E o tempo tudo apaga?
Nós nunca saberemos que morremos
A noite irá sempre pervalecer
E continuaremos sempre a escolher a vida
E a perguntar porquê
E pergunto-me porque não estou junto a ti

A mão que mata irá ser sempre a mesma que alimenta
Nós nunca saberemos...

Friday, March 10, 2006

Porquê, aqui?


Vou alternando entre o duro e o macio
De entre o que quero dizer
E daquilo que consinto
Não reconheço o que sinto
Não sei por onde vou
Onde todos olham para mim
Algo que eu não vejo controla-me
Isto não é maneira de viver

Amor,...

Friday, March 3, 2006

8

Este impressionante, tantas vezes incoerente
Faz-nos adormecer á procura dos sonhos
Cheio de esperanças
Luto contra mim próprio
Na esperança de conseguir abrir os olhos
Luto contra esta força, contra esta vontade

A gravidade é agora uma memória longínqua
Infinito é o caminho que reinventa a paisagem

Mas eras tu que eu esperava, o que eu ansiava
Tu és o factor matemático
Não consegues ver?
Tu fizeste renascer, multiplicar o pouco
O pouco que estava preso
Tu deste-me algo para respirar

Um dia depois

Um dia terá passado...
Depois de ter sido resgatado
De mim mesmo
Resta-me perguntar
O que restou
O que sobra de entre todos
Estes copos, feitos de veneno

Mas é assim…
Sempre que o ar é mais puro
Sempre que o ceú é mais azul
Espécie de oceano rasgado
Pelo vento,
Transformo-me nesta criatura
E agora é todo o peso do barulho
Do silêncio, do verbo
A verdade

És tu quem eu não sei se
Quero que me mostres
O lugar onde vives
Tu a mais bela das criaturas
A mais verdade de entre elas

Thursday, March 2, 2006

Aqui

E volto aqui,
Já não me recordo como me perdi
Aqui onde tudo parece estar perto
Onde tudo parece ser fácil
Onde me lembro e esqueço
Falo sozinho, esforço-me para não mais ter medo
Pretendo..., o futuro junto do sol, de corpo e alma
Estarei perdido ou incompleto?
Sem ti eu não sou nada
Lembro o olhar
Lembro a culpa
Desaperto gentilmente o laço que não quis
O laço que me prende a sítios onde me esqueço de respirar
De ser, e prometo não mais voltar a repetir
A lá mais não voltar
Afinal para de que serve,
É aqui, onde me dão tudo o que preciso
Onde me completo, mas não é mais verdade
Passo do existir, a adorar-te
A tentar agarrar-te, a tentar...
Fazes de mim um doente, o não aqui…
E vou aqui, continuar a cair, continuar a sentir, como ser
Sim! Vou continuar, aqui
A embrulhar a minha alma, a acreditar, a gritar
A fazer gritar
Passou o tempo, é já muito o tempo, desda última vez que vi o sol
Leva-me daqui vivo, aqui sei que não quero ficar

Deserto


Perdido numa espécie de deserto
Dormia apenas para sonhar com ela
Escutava vozes que liam textos filosóficos
No céu limpo e fortemente azul
A lua é o que me distrai

O melhor do que eu dizia era o espaço entre as palavras
O pior que eu sentia era o espaço entre nós
Debaixo dos cabos eléctricos esperava
Que eles te pudessem conduzir até mim
Sobre esta esperança cai a noite

A linha do horizonte suavemente ia desaparecendo
O som que os cabos traziam tornava-se monstruoso
O zumbido ia construindo o silêncio
Ia construindo as palavras que eu nunca te direi
As estrelas… as únicas com poder para interceder por mim
Permaneciam intocáveis, incapazes de acordar o meu sol
O meu amor

Como num sonho de uma criança
Estranhamente a noite caiu sem fazer barulho
Sem me assustar
Estranhamente continuo a ver claramente
Sem perceber de onde provém tanta luz
De onde nasce tanto brilho

Guardo dentro de mim o som da tua voz
O choque dos teus olhos com os meus
O cheiro da forma do teu corpo
Aqui deitado deixas cair o teu feitiço
É isto real ou estou a sonhar?

Sunday, February 26, 2006

508


A 5:08 do próximo obstáculo
Quatro dias já passaram
Desde que os meus olhos ficaram presos na escuridão
Algo me diz que isto não vai acabar
Esta guerra de sentidos
O desejo por querer voar

O tempo que escorria pelas paredes
Marcado por astros perdidos
Explicavam-me o que era a solidão
Queria eu saber chorar
Queria eu saber sofrer

Espero ao som do vento forte
No mar agitado
No frio escuro

Bem-vindo à vida à existência
Aqui onde todos fazem as mesmas perguntas
Aqui onde o tempo tem um novo significado
A cada novo respiro
Inspira os teus medos
Abre os olhos

É na insatisfação, na insegurança
Que procuro o significado
Os argumentos
As tréguas
O fim…

Thursday, February 23, 2006

Enquanto caí-a

Cada vez mais teu
Conquistado pelo provar do teu olhar
Absorvido pelo perfume que emanas
Mas é nas incertezas que vivo
Rodeado por listas de sonhos

Aqui onde o vento equilibra oceanos e continentes
Onde o mar recorda os erros cometidos
É cada vez mais teu o ar que respiro
Aconteceu, já não me recordo quando
Mas conseguiste-me encontrar

Agora vivo na esperança que continues a escrever o livro que começas-te
Guardo em mim todo o silêncio, todas as paragens no tempo
Que o teu olhar provoca
Quero mais, quero soprar todos os teus medos
Quero-te fazer sorrir, quero-te aqui

Neste tempo em que me alcanças-te, onde tudo parece ser perfeito
Onde nem por um segundo te esqueço
Onde a questão “encontraste o que procuravas” me mantém prisioneiro
Desejo chorar nos teus olhos, no teu rosto, nos teus lábios

Aqui neste chão frio, sinto o meu corpo
Recordo o suster da respiração durante todo tempo enquanto caía
Enquanto via o caminho já percorrido
Mas tu és o meu chão

Wednesday, October 12, 2005

Inútil

A vida não me escolhe. Não sei como aqui vim parar, pergunto-me para onde caminho. Aqui sem nada para dar de tudo aquilo que gostava de dizer já não mais sei o que sim do que é não. O que não tenho tende a revelar-se efémero e peco... Quem me fará verdade? Guardo todas as suposições deles, que por metamorfose se vem a revelar. Mas eu nunca te quis magoar, eu não quero que sofras, eu já não sei o que me fez aqui entrar. Sou naúfrago nos meus eus, aqui onde todos falam ao mesmo tempo, será que saberemos quando morremos... Vamos sempre preferir o aqui, escolher o aqui, abraçar o aqui, sem saber o que está para além e continuar a sonhar em vida com a vida. Passo esta, aos gritos sem sentir a dor que preciso, a minha dor, a minha, a dos outros, mas tento e vou tentando, e vou ficar. O puxador parece estar partido, mas faço-o, mantenho as duas mãos juntas e bem firmes no rodar. Agora que sinto o frio, agora percebo que não mais estou de pé, passei todo o meu tempo aqui, a lutar, a procurar, a tentar. Onde está a chave, o que é a chave? Eu amei, eu odiei, eu corri contra o vento, eu corri a favor do vento, mas quando voltei ao inicío já mais lá não estava.
Preso nesta armadilha, a correr na direcção contrária, a esbarrar com quem não conheço, com quem não vejo.
Aqui estou, vivo, nesta escura divisão rodeado pela hegemonia da velocidade, do infinito... Nada está do meu lado, nada está em perfeita rota de colisão comigo, nada vem em na minha direcção. A luz nasceu, a luz se foi e no durante nem um pedaço de pão me trouxe. Infecta-me com doenças, cose os meus olhos… este é o tempo, este é o sentimento...
Inútil